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resistir com paciência...

Foto do escritor: Sandra TavaresSandra Tavares

Atualizado: 6 de jul. de 2020



já se vai mais de 100 dias em casa...conservando o eixo...mantendo o prumo...e buscando sorrir apesar de tudo...sim...sorrir, dar beijos e abraços nos filhos, desfrutar da companhia prazerosa do esposo, pois não tem outra receita para o enfrentamento que não seja atravessando e sendo atravessado pelo AMOR!

Mas são muitas as cenas recentes que nos fazem buscar o significado da tão comentada resiliência...não gostei muito do conceito que encontrei no dicionário...(capacidade de quem se adapta às intempéries, às alterações ou aos infortúnios) e preferi criar o meu próprio conceito....depois de ver o quanto estamos lutando não apenas contra um vírus, mas contra o egoísmo que assola boa parte dos corações. Fico com o simples significado de 'resistir com paciência'. A água, que a tudo contorna, como pedras, superfície e matas e visitantes como peixes e pés humanos, está aí a nos ensinar.


Vivi em meu prédio uma festa bem desrespeitosa em pleno isolamento social, muito som, barulho, conversas e risos, violão e música alta...como se absolutamente nada estivesse acontecendo no MUNDO. E após passar das 22h00 fui pedir que tudo se tornasse menos agressivo aos ouvidos, para que houvesse sono e repouso...e simplesmente como resposta fui ignorada...ignorada e ignorada em minha súplica confirmada na tal Convenção do Condomínio, que rege o que dá e o que não dá pra fazer e em quais horários.

Ser ignorada(o) tem sido um caminho...ignorar o outro enquanto humanidade tem sido a escolha de muitos...não todos GRAÇAS A DEUS¹ Bem, nem preciso dizer que a noite foi em claro...a experiência vivida no corpo foi de raiva, ódio, tristeza, enfim...tantas emoções...uma montanha russa de emoções. Como podem essas pessoas agirem assim? Elas não veem que tem pessoas morrendo em UTIs?

Doce Sandra e doce ilusão não e mesmo? Tem pessoas que de fato não estão nem aí para a vida de absolutamente ninguém. O famoso ditado faz-se lei 'farinha pouca, meu pirão primeiro'. Querem mais é sol, brisa, champanhe e um belo foda-se aos pobres, aos famintos, aos desabrigados...

Depois da experiência vem a notícia da criança no Nordeste (Miguel) cuja patroa simplesmente deixa pegar um elevador sozinha, rumo ao abismo e à morte. Penso na dor desta mãe, que como empregada trabalhava em plena quarentena com nada mais nada menos que o CACHORRO da patroa...muita dor desta mãe...perder o filho tentando garantir o emprego em tempos de pandemia e tanto desemprego, fome, pessoas passando necessidades e contando com a ajuda humana de outras pessoas igualmente humanas.


E agora os bares, restaurantes e a 'night' lotada de pessoas desfrutando de suas baladas noturnas como se nada absolutamente nada estivesse acontecendo, me perdoem a repetição, de novo...no MUNDO.

Temos alguns ingredientes aqui...mas um salta aos olhos, como muito sal, ou muita pimenta...o ingrediente bem agressivo é o EGOISMO....talvez a CRUELDADE. Mas fico com o egoismo, daqueles que estão vivendo tudo, menos uma imersão no que de fato está acontecendo no mundo. A imersão de se absorver e entender o mais íntimo de si...de não dialogar com o seu bambu interno...que em seu lindo verde iluminado...compreende dia a dia a sabedoria de se envergar sob até o mais veloz dos ventos...mas a não se quebrar.

Estamos numa pandemia, sim. Mas estamos numa encruzilhada de qual modelo queremos não apenas para o planeta, pois acreditem ou não o planeta passaria 'muito bem obrigada' sem nós, humanos...mas estamos na encruzilhada de olhar e agir pensando não apenas nos próprios umbigos, mas no próximo, no vizinho, no colega de trabalho, nas outras pessoas...E quem estiver tendo esse flash de luz para a mudança, está de fato ajudando, apoiando e ancorando de alguma forma outro ser humano...começando pelos mais próximos, pelos que estão sob o mesmo teto.

Não adianta ser uma Madre Teresa na rua...e um verme em casa...É preciso coerência. Coesão. União. Resistir com paciência, nesse novo conceito que dei à resiliência, tem mais a ver com ter a paciência para ver a Nave Terra passando por tudo isso...para ver o bom da humanidade igualmente passando por tudo isso, sempre atravessados pelo AMOR. A Terra nos dá tudo o que ela dá, generosamente como uma Mãe. O céu tem sido o PAI, que acolhe aqueles que estão fazendo um retorno ao plano mais sutil da existência. E entre esse Céu e esta Terra estamos todos nós...os bondosos e compassivos de coração...e os egoístas e cruéis. Somos seres entre o Céu e a Terra. Quando pensamos de forma mais humana podemos claramente perceber nossos espíritos e energia se expandirem, rumo a esse TAO que tudo abarca e tudo perpassa e atravessa.

Não deixemos a irmã paciência fora desta mesa, não deixemos de resistir a tanta coisa que tem acontecido e que tem sim nos afetado de uma forma ou de outra...tragamos a paciência para dentro de nossos lares, que possamos dar a ela uma cadeira, quem sabe oferecer a ela um chá!? Quem sabe conversar com essa paciência e dizer a ela que ela é bem vinda à mesa...e mais ainda ao coração, à alma. Temos uma jornada a cumprir, não podemos nos abater. 'A peteca está no ar...e ela não pode cair'. Pense que depois disso tudo plantaremos sementes, contaremos histórias sobre esse tempo e riremos das pequenas e simples situações da vida, pois elas serão generosamente lindas de se viver!

Por tudo isso, e muito ainda que virá, é preciso estar aberto para o humilde e sincero:

Obrigada! Obrigada! Obrigada! (Clique e assista ao vídeo curto de Mooji)

 
 
 

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