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mente

Foto do escritor: Sandra TavaresSandra Tavares

Atualizado: 18 de mai. de 2021


Difícil escrever sem expor...seja o pensamento seja a própria vida. Mas hoje venho me perguntando porque as mentes estão adoecendo cada vez mais. Eu particularmente convivo com o adoecimento mental em meu seio familiar desde pequenina. Não irei citar nomes de pessoas queridas mas vou citar as palavras que nomeiam esses adoecimentos: esquizofrenia, bipolarida e depressão, sendo esta última vivida até mesmo por mim...

É claro que ela não me chegou, na época em que me visitou, de maneira avassaladora. Dei um nó nela com uma âncora bem pesada e a afundei no mar simbólico do que não servia mais pra mim. Foi um processo que envolveu medicamentos psiquiátricos, terapia e o famoso 'voltar-se para dentro'.

Já com os outros dois adoecimentos, cresci com eles...seja a esquizofrenia...seja a bipolaridade.

Vendo o documentário intitulado 'O dilema das redes', disponível no Netflix, a gente se pergunta porque estamos caminhando para este caminho. Porque o mundo virtual se apossou do nosso território do existir. Pessoas (não todas) trocam o sol, o mar, a conversa olho no olho, por uma tela, seja ela qual for.

Já eu...me lembro como se fosse hoje da minha primeira conexão discada em um PC 386 para a famigerada Rede Mundial de Computadores / Internet. Tinha barulhinho e tudo o mais...Somos uma geração que transitou entre o período sem e com esse mundo digital.

O documentário é taxativo. Mostra adolescentes se machucando e adoecendo em virtude do cenário virtual. Níveis astronômicos do crescimento dos diagnósticos dos adoecimentos da mente.

Mais importante do que viver a vida real, tornou-se viver a vida virtual. A medicina tradicional chinesa nos fala abertamente do quanto olhos e ouvidos são drenados ao se ficar tanto tempo, como os jovens ficam, em telas e com fones em seus ouvidos. Rins e fígado - ligados aos ouvidos e aos olhos - sentem o estrago. Nossa energia vital 'vai pro saco'. E nesse período de pandemia e home-office e escolas online o custo de 'ter que estar no mundo digital' fica mais alto...com uma fatura que chega pra gente 'pagar'...seja na forma de mais adoecimentos.

Nossos dois meninos tem contato com esse mundo, até porque o radicalismo nunca levou a lugar algum. Eles nasceram com o digital no mundo...e jogam jogos eletrônicos mas não tem celulares próprios e nem contas de redes sociais. O mais velho nos pergunta quando terá...e simplesmente respondemos que ele não está pronto.


Como diz Jerusha Chang em nosso especial curso de Formação Tai Chi Pai Lin no Espaço Luz, na Vila Madalena/SP, 'não devemos apressar o desabrochar de uma flor'...referindo-se à transição da infância para a juventude. Se o desabrochar se dá rápido demais isso não gera equilíbrio.

Mas porque estamos mais doentes em nossas mentes? Porque crescem os casos de quadros psiquiátricos? Não sou médica nem pesquisei a fundo esse tema...mas algo anda fora do trilho. As questões são muitas e o entralaçamento para se encontrar respostas estão em vários campos do saber humano...e está também e muito no nosso QI, ou sopro/energia vital.

Estamos deixando nossos tesouros internos - nossa essência, nossa energia e nosso espírito - a mercê desse mundo digital. Mas dos 3 tesouros, o QI, energia ou sopro vital...este anda sofrendo mais do que os demais...seguido do espírito e da essência.

A mente pede pausas, pede sono tranquilo num ambiente escuro, pede contemplação e contato com a natureza. A mente requer música, arte, a mente requer pausas muitas para descansar. Mas e o corpo, não pediria a mesma coisa? Sim. Mas e espírito não pediria a mesma coisa? Mesmo sim de novo. Mas porque direcionamos nossa mente para o que não nos nutre? Para o que seca nossa fonte?

Dos meus quadros familiares alguns são acompanhados por profissionais (psiquiatras e terapeutas) e outros são negados e não reconhecidos pelos seus pares, que colocam em seu lugar outras atividades excessivas como tv e maratonas/corridas extenuantes.

Mas o que tenho lido, experienciado em mim e tentado exercitar em família é a SERENIDADE. A serenidade gera saúde, gera vida, é como uma fonte limpa e vigorosa. E ela está disponível numa simples caminhada contemplativa do TAO, dessa energia primordial criadora, que existe in natura...ali nos animais e nas plantas. A serenidade se alcança com o cultivo de respeito, fé, justiça, sabedoria e compaixão. A mesma serenidade se mina com a euforia, preocupação, tristeza, medo e raiva/mágoa/frustação.

O homem em sua inteligência criou toda essa rede de informações e de conexões (net), mas se encontra numa posição de refém desse lugar. Não podemos nem devemos 'jogar no lixo' tudo o que compartilhamos nessa enorme e rica rede de informações. Mas não podemos deixar que essa mesma rede pegue suas teias, tramas e nuances energéticas e nos prenda indefinidamente nela.

Temos, todos, os recursos para sair. Precisamos sair. Necessitamos sair.

Às vezes me pego desabilitando minhas redes sociais por um tempo...às vezes curto e às vezes mais longo...e ficando no meu jejum tecnológico. Quem me procura e não me encontra, mesmo sabendo que tenho essas contas de redes sociais pode me achar meio 'oscilante'. Mas experimento, em mim, ficar sem esse contato com o mundo (fotos e posts) pois sei que isso não é a parte que preenche toda a minha vida de significado. A vida acontece aqui e agora. O tempo todo e fora dessa rede.

Necessitamos sair, mesmo que para um respiro, mas não sabemos muitas vezes como.

Ouso dizer que podemos sim determinar por quanto tempo as telas farão parte do nosso dia. E correr pra vida real. Ouso ainda mais afirmar que, com um pouquinho de natureza todos os dias em nossas vidas, esse processo se tornará mais fluido...mais desintoxicante.


Mestre Iluminado Liu Pai Lin


Além dos adoecimentos mentais que qualquer um já ouviu falar, a Internet trouxe novos à lista, como hipocondria digital, depressão do facebook, vícios em jogos online, e transtorno de dependência da internet. Aplicativos como o WhatsApp são considerados extremamente invasivos na vida das pessoas, trazendo uma série de problemas de má comunicação. Nunca nos comunicamos tanto e nunca nos comunicamos tão mal.

Mas com uma dose, seja grande ou de um pouco do TAO ORIGINAL encontrado em praias, gramas, cachoeiras, no vento, no sol, na lua e nas estrelas...num rio...podemos encontrar o caminho 'de volta pra casa'...de volta pra nós mesmos.

Os adoecimentos estão na vida...e assim como eles surgem, eles podem se despedir de nós. Mas importante é percebermos um componente vital, que não é acessório para este re-equilíbrio. Pois 'amanhã' podemos parar de tomar medicamentos psiquiátricos, podemos deixar um processo terapêutico, etc, mas uma fonte que não seca e está disponível gratuitamente para todos se chama NATUREZA, e nela a nossa conexão com nosso Fogo, nossa Água, nossa Terra, nosso Metal e nossa Madeira, existentes dentro de cada um de nós.

O que está no Universo e no Planeta Gaia está dentro de cada um de nós. Temos que relembrar o Macrocosmo e o Microcosmo. Quando nos conectamos de novo, ascende dentro de nós tudo o que nos re-nutre para, assim, vir o balanço...o re-equilíbrio.

Nesta pandemia acredito que a manutenção de meu equilíbrio se deveu e se deve, em parte, a simples caminhadas, onde encontro árvores, pássaros, flores, musgos, e que somados aos treinos de energia, desse sopro vital, tem mantido essa nutrição.

Não caminho todos os dias e nem treino todos os dias...estou em um processo de 'chegar lá um dia'...onde os taoistas chegaram. Mas credito que lidar com a complexidade e simplicidade da vida requer a gente descomplexificar e enxergar esse simples aqui e agora. Não quando...ou se...Mas aqui agora e já. Tem uma frase clichê que ouvi e me marca todos os dias: "A vida é simples. O difícil é simplificar'. Será? Será que não podemos todos os dias tentar exercitar esse simplificar?

Sei que aqueles que não estão com a saúde mental, com o equilíbrio mental, eles não conseguem fazer essa jornada sozinhos sem o apoio da família, de amigos, enfim...sem uma comunidade. Somos seres humanos e o que nos define é o amor, e precisarmos uns dos outros exatamente para exercitar esse amar. O amor é serviço, exercício, prática. Chega a ser bem menos teoria ou dogma.

E muitas das questões de ordem mental, quando se pratica taiji, chi kung ou qualquer prática taoista, meditação ou yoga muito desse re-equilíbrio se instala. Pois o sopro vital, o qi ou energia vital (prana para os indianos) se organiza. Muitas das pessoas que adoecem são sensíveis, sensitivas, captam 'no ar', sentem, ouvem, vêem. Não é uma regra geral e nem uniformização...me perdoem se estiver parecendo isto, mas o ser que sente é uma consciência mais ampla...que sente além de certas bordas e limites prescritos por essa sociedade, que nos divide e nos separa entre 'sãos' e 'não sãos' ou 'loucos'.

A natureza é a única que transita todos os mundos, como o físico e o espiritual.


Ela é o caminho...de volta pra nossa casa, corpo/mente/espírito.


Busquemos-na!


Isto é TAIJI!


Busquemos ter a mente vazia (de pensamentos) e o coração sereno (das emoções) como nos ensinou nosso Mestre Iluminado Liu Pai Lin!


PS: Nem todos os adoecimentos da mente se devem a telas ou mundo virtual...pois momentos diferentes da vida das pessoas pode levar a possíveis adoecimentos da mente. E nem todos que estão atravessando um adoecimento mental se deve ao fato de não estarem tendo contato com a NATUREZA, mas apenas que ELA pode ser um caminho de retorno e re-equilíbrio.







 
 
 

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