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MENOpausa menoPOWER

  • Foto do escritor: Sandra Tavares
    Sandra Tavares
  • 13 de jul.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 4 de nov.


Meno vem do grego mḗn, que significa 'mês'..e a palavrinha 'pausa' já é mais comum...significa suspensão de algo. Chegou o tempo. O tempo de me despedir da menininha que menstruou aos 11 anos (novinha demais), e dar lugar à mulher que chega aos seus 48 anos dando tchau para a fase em que era possível gerar vida, sim fazer bebês mesmo, dentro do meu útero. Claro que Deus fez o Yin e Yang e não foi ao acaso...nosso útero sem o nosso lindo óvulo lá dentro...e sem o espermatozóide de um homem de coração bom...não dá jogo. Ou melhor, até dá sim...graças a tal ciência e evolução da medicina. É possível gerar bebês sem esse formato padrão, criado por Deus.

O climatério é o período de transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva da mulher, abrangendo a pré-menopausa, a própria menopausa e a pós-menopausa. A perimenopausa é o estágio inicial do climatério, caracterizado por alterações hormonais e menstruais, que antecedem a menopausa. 

Para lidar com a mudança tem alguns caminhos, como conhecer ou ignorar. Conhecendo encontrei Katia Hanaraka que está me ajudando muito. E claro o curso da Raquel Terra, Diagnóstico de Ouro da MTC. O útero e o coração estão intimamente ligados, já diz Dr Min Ming Yen.

Só digo uma coisa, mexe tá. Parece besteira. Afinal, o que eu faria com um pacotinho nos coeiros uma hora dessas??? Minha energia agora está totalmente sendo preservada para o essencial. Não tenho mais tempo para perdas de tempo. Com pessoas, lugares, gostos e cheiros, vozes e sons. Tenho entendido cada vez mais que viemos a este mundo com um QUANTUM de ENERGIA...e se gastamos desnecessariamente, lá na frente vai faltar e vai fazer uma puta falta.

Tive uma treta com o adolescente da casa esses dias atrás. A coisa foi feia. Com direito a cara virada, ficar dias sem falar, e quando sentamos pra conversar, doeu muuuuuito ouvir as palavras que não são mais do gênero 'Mamãe eu te amo'; 'Mamãe vamos brincar?'; "Mamãe olha o que eu fiz?". Foi uma treta com palavras - ouvidas por esses ouvidos aqui - que eu sinceramente não queria ter ouvido. Mas precisei. Tenho muita clareza que precisei ouvir cada palavra.

Por uma razão: mais do que porque eu errei, porque invadi o espaço do adolescente, porque comprometi parte da sua qualidade com os vínculos sociais dele, mais do que por qualquer desses motivos válidos e justos do "ERRAR É HUMANO. MÃE TBM É HUMANA.". Precisei ouvir cada palavra para ACORDAR DE UMA VEZ POR TODAS.


Aquele guri que cuidei, vi sentar, engatinhar, andar, falar...não é mais somente filho meu...ele é do mundo. Na verdade mais do mundo agora, do que propriamente meu. Tem parte do meu DNA, tem uma história de amor entre nós. Mas definitivamente a ficha caiu de que 'Mãe boa, vai ficando mesmo invisível com o tempo, desnecessária, e deve sim saber calar, silenciar, sumir, desaparecer'.

Quando a treta vem e a gente mergulha nela de cabeça, com argumentos, falas, climão e crise, dá ruim pra todo mundo. Mas dá muito mais ruim pra pobre da mãe, que não vem com a PORRA DO MANUAL DE INSTRUÇÕES QUE DEUS DEVERIA TER ENVIADO JUNTO COM O PACOTINHO.

Então, pensando na economia de energia, e com o que eu quero me preocupar e naquilo que eu quero focar...eu vou escolher a dedo as tretas pra me meter. Escolher apenas aquelas que são verdadeiramente sérias, grandes, complicadas, definitivas, que envolvem a vida, a segurança, a saúde do carinha que cresce. Treta pequena, quero distância. Mãe não precisa saber de tudo do filho. Sabe por quê? Porque isso polpa a pobre da mãe, que já ganha um chipe na maternidade chamado 'nunca mais pare de se preocupar com seu pacote'.

Mas esse chipe que instalam, é um chipe injutamente colocado na mãe. Porque é preciso sim SE DESLIGAR DOS FILHOS, SE DESCONECTAR DELES, CONECTAR-SE CONSIGO MESMA. Ou é isso, ou é colecionar doenças na fase mais madura da vida.


Nós filhos, somos sim oportunistas e usamos sim nossos pais, quando bem nos convém, quando queremos ou precisamos deles, ou de algo que somente eles podem viabilizar. Mas quando viramos pais e somos usados, percebemos como essa relação - como já diz todos os teóricos da psicologia, que é pra lá de complexa - é em certo grau tóxica também. Afinal quando usamos, é legal né? E quando somos usadas? Como é a sensação? Boa? Não né? Pimenta nos olhos do outro é sempre refresco, como já diz o ditado.

Então como criar uma blindagem e proteção? Como amar sabendo que aquela pessoa fará escolhas e que essas escolhas NÃO SÃO SUAS. Como apoiar sem carregar nas costas? Como saber dar colo, sem gerar simbiose e dependência?

Minha mãe que não está mais aqui foi uma MESTRA nessa arte do 'toma que o filho é teu'...'toma que o pepino é teu'. Ela devolvia - sei que orando por dentro - mas não aparava vida de filho não. Deixava a banda tocar, a jiripoca piar, o pau quebrar...porque a vida é isso...é guerra, é luta. Não tem isso de mãozinha na cabeça não. A vida é isso. Luta e guerra! Mas tbm amor e a certeza de que cada um está dando o seu melhor!

Não estou a passeio, já abri mão de muita coisa para estar onde estou, e quando olho para as escolhas, o chão que eu pisei, as escolhas que fiz, não me arrependo de nenhuma, incluindo a treta com o adolescente da casa. Porque ela definitivamente me ensinou que SUMIR É BOM DEMAIS!!!!! SER DESNECESSÁRIA É PRECISOOOOOO!!!!!!

Presença e amor tbm podem prejudicar. Nós mães temos que aprender a ser como o porteiro de prédio...olha quem chega, quem sai, entrega as correspondências e encomendas da vida, mas não fica definitivamente morando em nenhum daqueles aptos do prédio que zelamos.

Vim parar em Sta Teresa acompanhar esse rapaz, ainda em formação, Poderia ter ficado? Sim! Não fiquei por quê? Porque ouvi o meu IMPERADOR - O MEU CORAÇÃO. Mas essa foi a única e última vez que acompanho um filho nesse nível. Talvez se eu não tivesse vindo, a treta nem teria rolado né? Mas se rolou, não foi ao acaso. Tem sempre aprendizado. Só não dá pra repetir os mesmos erros. Afinal, estar presente e ser presença tbm cansa...ôh se cansa.

Mas a Santa Teresa D´Avila - que nomeia essa cidade onde estou - tem uma oração bem porreta pra me agarrar nessas horas:

Só Deus basta
“Nada te perturbe,
nada te amedronte.
Tudo passa,
a paciência tudo alcança.
A quem tem Deus
nada falta.
Só Deus basta!”

 
 
 

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