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  • Foto do escritorSandra Tavares

Gurus falantes e cantantes

Atualizado: 1 de jun. de 2023

Meu filho de 13 anos me pediu pra assistir uma série que ele devorou em dias durante as últimas férias. Stranger Things (Coisas estranhas). Queria saber o que ele havia tanto curtido assistindo, além de ter assunto pra bater papo com ele...e lá fui eu para a saga. Óbvio que não consegui ver rapidamente e levou meses. Mas enfim cheguei ao último episódio. Retirando a parte toda de efeitos visuais e tecnologia, para nos mostrar o mal em toooda a sua pompa, espremi o limão e fiquei com a limonada (ou caipirinha). O poder desconhecido de nossa mente.

A personagem principal - Eleven (Onze) - é um rato de laboratório e a partir de experiências vai expandido o poder de sua mente, até se tornar uma espécie de super-heroína (ou potencial assassina indestrutível). Tudo a partir do que ela conseguia fazer a partir de sua mente. Do mais simples ato - de bater uma porta se quisesse - a estourar os miolos de alguém e quebrar pescoços.

A caminhada, quando se quer entender a própria mente, e o que ela é capaz de produzir, é longa. O que temos por certo todo santo dia é a nossa própria companhia - para o nosso próprio bem ou nosso próprio mal - e tudo o que produzimos ininterruptamente em nossas cabeças. Pensamentos. Todos os dias a nossa mente não pára. Nem mesmo no sono, nos sonhos. Um verdadeiro mistério, estudado indefinidamente e cujas informações ainda estão em eterna construção, tijolinho sobre tijolinho da Ciência.


Entender minhas variações e alternâncias remonta da adolescência. E sempre fui atrás do natural. Do yoga no começo, que depois me levou ao Taiji, que depois me levou pro Chi Kung, que depois me levou pro Tuiná, que depois me levou pro Reiki, que depois me levou a ler sobre MTC e buscar entender espiritual e cientificamente essa mente. Atire a primeira pedra quem não oscilou no mesmo dia, de grata e contente, a raivosa e insatisfeita, de alegre a depressiva, de paciente a estourada. Somos um laboratório a céu aberto. Todos os dias diversas químicas acontecem dentro de nós.

Minha última e atual jornada tem sido um curso chamado 'Pensamento voltado a vida', do Dr Sérgio Felipe de Oliveira. A mente compreendendo a mente (ou tentando). Fácil? Nunca é. Pois a gente percebe que a tal responsabilidade pelo que acontece com a gente é em verdade NOSSA e de mais ninguém. Não quero aqui nivelar grandes traumas humanos. Podem até ter autores de algumas de nossas misérias. Não é dessa realidade a qual me refiro. Mas tendemos a querer colocar 'na conta' de quem quer que seja. Mas se não tudo, uma boa parte do que acontece conosco é uma puta construção de pensamentos, palavras, atitudes...de nós mesmos...e, com o tempo, eis que se faz a simples lei da ação e reação, causa e consequência. Não se colhe uvas plantando abacaxis. Não se colhe uma mente sã dando a ela todos os dias doses mesmo que homeopáticas de raiva, medo, tristeza, culpa, mágoa, frustação.

Ter uma mente compassiva, moderada, bondosa, equilibrada, amorosa dá trabalho. Trabalho diário. Lapidação de pedra bruta. Envolve estudar-se. A famosinha frase do cara (Sócrates) 'Conhece-te a ti mesmo'. Conhecer-se a si mesmo envolve a gente encontrar a tal alquimia interna de que falam os taoístas. Como fazer o chumbo virar ouro...como fazer a raiva virar compaixão? Tem que primeiro dar de cara com essa raiva, dialogar com ela, ressignifica-la e transmuta-la. Facim? Nem um poquim. Mas vale a jornada? Sempre. Inclusive os traumas. Eles em especial.

A isso chamam evoluir, crescer, amadurecer. E na minha jornada consigo perceber o poder - diante de tudo que já me aconteceu, perdas e etc - da música e das palavras boas. De gurus falantes e cantantes que, seja me falando, seja cantando para que eu ouça, me ajudam a percorrer esse caminho que é só meu e que ninguém pode caminhar por mim.

Aprender a ser firme, assertiva, a dizer não, a não deixar que me firam...criar minha própria crosta/camada protetora não é simples - a chamada borda. E não dá pra virar joguete na mão, ou na nuvem, da energia alheia. Afinal como saber o que é meu e o que é do outro, se me misturo de tal forma que não sei mais se meu choro é meu ou pelo/do outro? Evoluir requer separar, cisão, ruptura, desapego. No amor. Amar sim, sempre. Agarrar e prender, sufocar e empoderar-se, não.

A filosofia ajuda a entender esses dramas e angústias. Lucia Helena Galvão iluminando o mundo com suas palestras. E esse curso do Dr Sérgio - pensamento voltado a vida - tá me mostrando que é preciso olhar a raiz da minha própria árvore, qual o meu propósito de vida e para quê eu vim aqui na Terra. Fazer o quê? Servir a quem? Qual a minha missão? Essa é a raiz. O tronco é o afeto, o amor e a dedicação...nas relações todas...ele fala muito do amor na caridade, de reconhecer nossos dons, mediunidades, potenciais e colocar tudo isso em um altar do serviço.

O curso falou demais, até onde parei, do SOL, da estrela, e do que todos os dias ele nos entrega para a Terra. Neutrinos. E que esses somados aos nossos Gravitons (todo ser humano tem sua nuvenzinha sob a cabeça de pensamentos que ganham forma - as chamadas formas-pensamento) - juntos viram eletroneutrinos, ou nosso ectoplasma. Nosso manto protetor energético. Me pergunto se isso não seria o que os taoistas chamam de QI (ou chi).

Constato em meu dia a dia o simples ato de caminhar e tomar sol como um fator totalmente responsável pela minha mudança de humor, pela presença de algo mesmo de sagrado no SOL. A própria oração que aprendemos no curso de formação em Tai Chi Pai Lin fala dessa LUZ DE OURO, a nos banhar, a nos curar. O Dr Sérgio nos fala no 'Pensamento voltado a vida' que cada célula nossa sente o amor, ou a raiva que sentimos. E que quanto mais pensamos ou nutrimos emoções que não são nobres, mais as conexões vão se estruturando numa rede, que nos adoece, ou nos cura. A escolha é somente nossa. De mais ninguém.

Voltando aos gurus falantes e cantantes, muitos chegaram até mim. E cada um tem a sua magia. Cada mestre, cada guru, abre portas inesquecíveis dentro de nós mesmos e que podemos acessar sempre que a respiração acelera, o coração bate mais, que a mente se desorganiza. Digo falantes porque o que eles dizem vale muito mais do que riquezas terrenas. Cantantes porque suas vozes nos levam a um lugar dentro de nós que nem a gente sabia que existia. Os mantras estão me ajudando a entender a falta, o luto, as perdas. 'Quem canta, com absoluta CERTEZA seus males espanta".

O kit da sobrevivência é: estudar, meditar, rezar, compreender...tudo isso aos pouquinhos...um dia depois do outro...cada dia um bocadinho mais que o anterior. O 'Conhece-te a ti mesmo'. O entorno e demais seres vão, segundo Dr Sérgio, se ajustando a esse novo modo de enxergar e perceber a vida. E todo dom deve ser colocado no altar da caridade. Ajudar quem precisa mais do que nós inevitavelmente nos faz ver o quanto temos TANTO!

Nesse dia das mães, agradeço Gaya - Mãe Terra, que acolheu o corpo de minha mãe física. E agradeço ao Pai Céu, que a tem guardada entre suas nuvens e camadas superiores de LUZ. A maternagem está na vida. Em cada ser, objeto ou tarefa que fazemos com amor. Maternar é amar. Meu esposo é uma mãe...materna com amor tudo o que faz. Cuidar dos meninos, preparar o almoço, estender a roupa, trabalhar. Podemos sim parir e amamentar fisicamente. Passei por essa experiência duas vezes. Mas podemos também parir sonhos, projetos, propósitos de vida. Os filhos...ah esses podem ser físicos e estão no e são do MUNDO. Mas os filhos podem ser também plantinhas, animaizinhos, pode ser um lar, amigos, o trabalho...tudo só depende do que queremos colocar em nossos colos, e ninar, e cuidar...e alimentar...pois alimentando, com certeza crescerá!


Feliz Dia para vc que materna algo bom e belo dentro de vc mesma, de vc mesmo!



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