
Já começo esse texto com a ideia central que venho trazer aqui hoje. Tudo finda. O que há de bom e o que classificamos como 'não bom, ou ruim'. A ideia da finitude mexe com todos nós. Seja porque não queremos que algo acabe...seja porque queremos exatamente que algo acabe, e logo.
Passei por esta experiência recentemente quando descobrimos, eu e meus irmãos, que nossa mãe teria que trocar a válvula mitral do coração dela. Uma cirurgia extremamente invasiva, que envolve a abertura do tórax.
A primeira coisa que pensamos é como ser possível mexer em um órgão tão vital para a manutenção da vida. Afinal sabemos que se um coração está batendo...ali existe vida. Mas como mexer no coração e manter a vida ali pulsando? Uma artimanha que o conhecimento e a medicina desvendaram e que hoje vemos essa sabedoria garantir a permanência de tantas pessoas amadas no seio de suas famílias.

Bem, passados os exames, chegou o dia D. Eu e meus irmãos vivenciamos, cada um ao seu modo, a ideia da finitude. Eu perdi noites em claro pensando em minha vida sem a minha mãe. Ela me fez sair de uma cidade onde vivia por 11 anos, apenas para voltar a sentir o seu cheiro, sua voz, sua presença de espírito. Pois tudo isso dela, junto (cheiro, voz, espírito) é maravilhoso. De extremo privilégio para mim aos 44 anos.
Dormi de véspera com ela no quarto...já sabiamos que ela passaria pelo menos uns 3 a 4 dias em UTI pós-cirurgia.

Ficava pensando em minha mãe na tão temida U.T.I (unidade de tratamento intensiva)...basta ouvir esse nome e a gente já petrifica.
Mas a ancoragem e a luz estão presentes em todos os instantes, em todos os lugares e a todo momento. Dormi de véspera e já estava aplicando reiki a distância para ela a alguns dias, desde que soube que ela precisaria operar. Na noite de véspera, claro, dormi numa poltrona ao lado da cama dela. Ela estava com um astral impressionante de bom. A serenidade em pessoa. No carro indo pro hospital chegou a falar a seguinte frase para eu e meu irmão, que dirigia: 'Estou indo tranquila pois sei que cumpri minha missão". Algo pesado de se ouvir, não é mesmo?
Bem nessa noite de véspera, não dormi e apliquei reiki nela enquanto dormia. Sim, o sono dos tranquilos é algo indescritível. Ela estava serena e dormindo. Não preciso dizer que senti algo muito especial. Eu tive a nítida sensação de que já não estávamos sós ali, nós duas, naquele quarto.
Estávamos muito bem acompanhadas por acompanhantes de luz. Sim. Eu sabia. Eu estava sentindo. De jejum, ela seguiu pro centro cirúrgico. Despedi-me dela com um beijinho na testa, ela de touca, roupinha de hospital. Meu coração a mil. E lá se foi aquela maca com rodinhas levando a minha mãe...a mulher mais especial da minha vida.
Fiquei na 'tão apreensiva' sala de espera, com meu irmão. 4 horas de cirurgia. E ouvindo música de limpeza energética, física e espiritual e enviando luz para aquele lugar onde estava ela. E chega a hora que o cirurgião chega...e nos fala que tudo correu bem e que 50% foi a cirurgia e que agora faltava os outros 50% que seria a recuperação dela na UTI.

Eu nunca estive numa UTI. Mas a vi passando para lá na maca, recém operada. A cena de ver sua mãe passando, com tubo, cor mais clarinha, é impactante. E a gente se recorda que tudo correu bem...e que tudo correrá bem...faltavam os tais 50% ainda. Mas foi muito bom perceber que temos as condições para que ela estivesse ali, assistida. As enfermeiras todas, médicos da UTI, todos cuidaram muito bem dela. Nós a visitamos naquela meia horinha de visita de UTI...todos os dias que se sucederam - o que nos fez resignificar o tempo. Ah o tempo...em um momento temos tanto e em outro o sentimos como que a escorrer em nossas mãos. A gente queria que aqueles 30 minutos não terminassem...e a primeira coisa que chequei na minha mãe ao revê-la após a cirurgia foi o brilho dos olhos. Os olhos dela brilham e iluminam!

Fui no dicionário ver o significado e etimologia da palavra coração. A origem vem do latim cor, cordis, que significa “coração” ou “órgão que bombeia o sangue para o corpo”. O princípio da palavra pode ter surgido da raiz indo-europeia krd ou kered, e que derivou a palavra grega kardia.
A língua portuguesa se apropriou deste 'cor' e surgiram aí palavras como 'concordar', 'discordar', 'coragem'. Quando duas pessoas concordam é porque seus corações estão juntos ou unidos. Senti mesmo, eu e meus irmãos, concordando em tudo nos encaminhamentos. A luz se fazia presente o tempo todo, para que tudo fluísse e que fosse o melhor para ela, a nossa Mãe. E olha que já discordamos uns dos outros no passado. Quem discorda se afasta do coração do outro.

Mas pudemos nesses dias que antecederam a cirurgia, dela recordar, ou seja "trazer de novo aos nossos corações", memórias de tantos momentos vividos com ela, pois ela é o centro em nosso lar. A ela e a todos nós foi preciso coragem, ou seja, buscar nesse coração, que os romanos antigos acreditavam ser a sede da coragem, muita coragem.

E tudo correu bem, os outros 50% ela tirou de letra, sorrindo e dizendo o quanto as enfermeiras eram carinhosas...ela vê o bem em tudo e em todos...ela já está em casa e estamos cada um dos 3 filhos ao seu modo cuidando dela. O coração dela com absoluta certeza vibra em outra frequência.
Agradeço demais meus irmãos, Johelder e Joana, por tê-los em minhas vidas. Os momentos foram de muito aprendizado juntos, no amor. Cada um deles é uma flor no jardim da vida dela e de meu pai. O tempo é um professor espetacular. Nos ensina a todo momento. Nos faz resignificar. Nos faz crescer.
Acredito muito que somos CORPO DE LUZ. E que essa luz tem uma única fonte. Somos todos mini-pontinhos espalhados por aqui, embaixo, neste Planeta chamado GAIA/Terra.
E se um dia retornarmos, voltaremos pra Grande Fonte de LUZ...também chamada TAO, DEUS, JEOVAH...entre tantos nomes.

Esta é uma imagem de Minha mainha!!!!!
Agradeço à Medicina Tradicional Chinesa por me fazer entender o coração de forma plena...se quiser, veja também esse vídeo da ilustre Raquel Terra! Me ajudou demais!

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