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  • Foto do escritorSandra Tavares

A Alegria do Mar

Atualizado: 11 de ago. de 2023


Conheci o mar aos 14 anos de idade. E o mar que eu vi pela primeira vez foi o mar de Manguinhos, na Serra-ES. Lembro-me das primeiras vezes entrando no mar, das puxadas das ondas, do sabor salgado na boca e ardência nos olhos e até do incidente de ter caído em um buraco de areia, ter perdido o chão e ter bebido um bocado de água salgada...desesperada, quando um salva-vidas me pegou pela mão me trazendo para a areia de novo.

O mar sempre foi um lugar de profunda admiração e respeito, por sua força, poder e presença. Sempre curti caminhadas em calçadões de frente pro mar, simplesmente sentar na areia e ficar admirando-o, e às vezes em menor número praticar taiji de frente pro mar. Quando nos conectamos com a natureza, nos conectamos com nós mesmos.

Ter perdido a mamãe em 2021, e todo o processo que envolve o luto e processo de uma perda, me voltou para o Tai Chi Chuan, para a terapia, para o Yoga e meditação e, entre altos e baixos, me voltou para o mar. Ainda quando estive matriculada no Ítalo, com a natação regular na piscina, pude ir algumas poucas vezes no mar porque o professor Matheus nos chamava. Ía toda desconfiada, mas consegui feitos inesquecíveis, como nadar até a ilha de pássaros perto do clube. Se me cansasse ele estava de caiaque e nos dava apoio para seguirmos...nós de pés de pato e pranchinhas. Quando cheguei nessa ilha pela primeira vez, nunca mais me esqueci. Linda, cheia de cactos, muitas conchas trituradinhas fazendo como que uma cama, misturadas na areia. Pequenas poças do mar. Lindo...cenário inesquecível. Fui picada ali, naquele instante, pelo bichinho da curiosidade de voltar pro mar mais vezes.

Quem me conhece sabe que não sou de ambientes fechados como academias ou estúdios de pilates. Preciso muito de praticar seja o que for o ar livre. Tai chi, caminhadas, nadar...a água...ah como a água me organiza interna e externamente. Sou como um peixinho. Volto a ser criança de novo. A água e sua relação intra-uterina é longa. Viemos de nada mais, nada menos, do que um mini-mar ou mini-piscina dentro de nossas mães. Deve ser por isso que nos encanta essa sensação. Crianças a brincar no mar ou piscina em pleno verão são dignas de muita admiração. Afinal elas se esbaldam numa alegria e contentamento que não sabemos de onde vem. Ou sabemos sim de onde vem. Dessa memória íntima com Deus, com o Uno, quando ainda habitávamos um ambiente tão precioso como o útero de nossas mães.

Pois bem, dentro desses altos e baixos, sofri uma baixa recentemente. Uma saudade sem fim de minha mãe. Crises de choro. É uma saudade que dói, sabe. Dói mesmo fisicamente. Buscados os apoios e socorros, como acupuntura, homeopatia, psiquiatria e terapia algo foi o ingrediente secreto...e está sendo até o momento. A Alegra do Mar. Sim. Fiz uma aula experimental de hidro numa academia chamada Health Center e uma aula experimental de natação no mar com o Projeto BobMar Águas Abertas. Não deu outra. Matriculei neste último na hora depois da aula. Pois já na aula experimental, com a equipe do Bob Mar Natação Águas Abertas, na praia da esquerda, Ilha do Boi, saiu esse vídeo muito animado do pessoal. Eu sou essa de roupão rosa, à esquerda. A alegria do mar e da galera é algo que não dá pra traduzir em palavras. E no final da aula sempre tem foto e todo mundo curte treinar, se preparar para competições, rir e ainda aparecer na fita com a alegria estampada no rosto. Ou seja, percebi que entrei na turma certa.

A Alegria do Mar e a alegria de pessoas assim são algo que não se pode medir em balança alguma. Bob e a equipe de professores Matheus e Rainner sempre super atenciosos, nos corrigem nos detalhes dos nados. Enfim, estou simplesmente apaixonada pelo Mar. O medo e respeito do passado, aos poucos vão dando lugar à alegria de estar dentro dele e à alegria de me sentir às vezes como uma criança a brincar no Mar. Não penso em parar nunca mais. Nadar no Mar está me curando da tristeza, dos choros e da saudade de minha mãe. Não que não deva senti-los. Mas tudo isso não poderia nem deveria me adoecer. Saudade tem que ser, como dizem os mineiros, 'um trem danadibão' e não sofrimento.

Ao Bob e sua equipe gratidão por todo o carinho!

E que venham mais braçadas com 47, 48, 49, 50...e se Deus permitir até mais do que 100 anos!

O mar cura tudooooooo!!!!! De bicheira de pele a deprê!!!!!












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